sexta-feira, 11 de julho de 2014

Resenha: Os Deixados para Trás, de Tom Perrotta




Depois de assistir ao piloto da série televisiva The Leftovers, baseada na obra escrita por Tom Perrota (Os deixados para trás), mais conhecido no Brasil pelo livro A Professora de Abstinência (Benvirá), decidi ler o livro antes de seguir vendo a série. O livro já estava em minha lista interminável de leituras e inesperadamente assumiu a linha de frente. O devorei em algumas sentadas.

O Arrebatamento está longe de ser o tema central em Os Deixados para Trás, pelo contrário, os efeitos devastadores de um fenômeno inexplicável que, repentina e subitamente, sobrevêm às sociedades humanas, assim como a reação de cada indivíduo a esse evento são o foco da narrativa de Tom Perrotta e é o que o autor tem de melhor para nos oferecer. É imprescindível que o leitor tenha isso em mente. O teor sobrenatural reside apenas no desaparecimento indiscriminado de indivíduos em um 14 de outubro qualquer, um evento que desencadeia nos Deixados para Trás uma série de sentimentos e emoções que os levam a atitudes que nos fazem pensar no quão despreparados estamos para lidar com situações inexplicáveis e repentina, seja em nossa vida pessoal ou em sociedade.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Análise: Os Magos, de Lev Grossman

Os Magos é uma história sobre a efemeridade da felicidade, sobre a qualidade fugaz da mesma e em muitos momentos sobre a negação da sua existência, passando a ser vista como um ideal não alcançável.


Uma homenagem à fantasia e um cântico gótico à falta de sentido do viver.

A sensação que tenho em relação à Os Magos é a de que ele foi escrito para um grupo seleto de pessoas ao redor do mundo. Um grupo composto por indivíduos que descobrem, a cada dia, a cada experiência, que a felicidade é uma impossibilidade quando se vive em um mundo de metal e concreto. Cinzento. Pessoas que encontram na leitura uma realidade paralela para compreender um mundo que já existiu e sobreviver ao que ele se tornou. 

Este livro se tornou um dos achados mais importantes do início de minha vida adulta. Desde o início de 2012, quando o encontrei solitário em uma prateleira na livraria, o li por três vezes e, só agora, após lê-lo pela terceira vez, me senti motivado a falar sobre ele.

*Algumas notas